Após alguns ensaios - este espaço renasceu! Esta será a noxa nova casa migox e colegas... sejam Bem-Vindos

Wednesday, February 7

Corda

...o que se passa lá fora? eu não quero acreditar que os valores que parecem cada vez mais ser legitimados pela sociedade são os de proveito próprio aliados a uma profunda hipocrisia ou tentativa de indiferença relativamente à vida dum terceiro ser, cuja existência é pelos mesmos culpabilizada. Não podemos delegar na mulher a consciência relativamente a esta decisão, decisão que me parece só se dever operar em casos extremos (na maioria já previstos pela lei), porque a proclamada responsabilidade e humanismo levariam por si só a uma exclusão da hipótese - que ser em consciência tira de forma irreversível a existência de outro? razões monetárias e de estabilidade podem ser delicadamente resolvidas com recurso a centros de apoio, aconselhamento ou adopção. O próprio feto terá a possibilidade de construir a sua identidade através do contacto único com a Terra e os seres. E lembremo-nos que falamos de situações hipotéticas passíveis de serem evitadas, e, para isso, deverá, com certeza, ser prestada neste campo uma maior formação e divulgação.

Por favor, não me peçam para enraizar este novo conceito de ética na qual situações como a descrita são liberalizadas. Ainda que pareça duro, não podemos oferecer, por existirem pessoas nesta situação, um aborto! - primeiro porque isso torna a morte de um filho um acto incensurável e, depois, porque a banalização da noção do termo trará consigo um aumento do número de abortos e uma realização desprovida de justificações (com dependências num só ser) - deve, ao invés, ser oferecido apoio.

Parece-me consensual a despenalização da prática de aborto, mas prefiro, dizendo não, que uma tentativa de constituição de crime sem pena seja adiada (nenhuma mulher está totalmente isenta de causa e recordemo-nos que ainda nenhuma foi presa), em detrimento dum cultivo de valores que apenas protegem o ser que fez emergir a situação, sendo paralelamente destruída de forma irreversível a vida de um outro ser. A liberdade é um valor essencial, mas exige responsabilidade e, por isso, tem um limite absoluto.

A moral caracteriza-se por ser passível de se discutir, mas não neste caso. Não devemos, por isso, olhar cegamente para o que se pratica noutros países sem antes nos questionarmos se o que neles reside é o mais correcto. Não me alargando mais por outras e imensas questões que este tema levanta, deixo-vos a reflectir no que estamos nós a construir neste mundo e o que queremos dele... o que se passa lá fora?

2 Comments:

Blogger António said...

Um assunto muito complikado no meu ponto de vista e para mim muito mal explicado á sociedade votante...contudo cada um é livre de voto...veremos o que irá resultar...esperemos que aborto não se torne banal mas algo mesmo necessario em ultimo recurso!
Gostei do texto!
Braxo

11:57 PM, February 07, 2007

 
Anonymous Anonymous said...

É com simultânea estranheza e contentamento que releio as tuas palavras e me deleito com a tua opinião. É raro ver os homens tomarem partido do não.
Mas que tu sempre foste especial, eu já sabia.
Parabéns pelo fantástico blog... prometo passar por cá mais vezes.
Beijos

5:34 PM, February 13, 2007

 

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